sábado, 12 de setembro de 2009




Contra a extinção das dentucinhas

Por Xico Sá

Denúncia urgente: estão acabando com as dentucinhas. Sim, não é de hoje, faz tempo, mas agora beiramos realmente a extinção da espécie. Essa moda de encher de arames os dentes das moças. Essa modinha de desentortar os lindos dentinhos das raparigas em flor ainda cheirando a leite.

Sim, os mancebos também são vítimas da ortodontia moderna, mas os moços, pobres moços, que se virem, que se defendam. Este panfleto lírico e sentimental se preocupa tão-somente com as meninas, como um tardio e lesado Lewis Carroll sertanejo.

No início do modismo, era mania apenas dos mais aquinhoados; depois alastrou-se de vez, como as cirurgias plásticas.

Estão acabando com o charme das dentucinhas. Toda sala de aula tinha sua dentucinha, toda repartição, toda rua, todo bairro, todo clube, todo cabaré, toda casa de tolerância que se prezasse…

Já já eliminam de vez o charme das estrias, e todas as mulheres ficam iguais, bundas iguais, peitos do mesmo tamanho, lábios de branquinhas com recheios artificiais para imitar a lindeza da mestiçagem…

Reparem os cabelos, por exemplo, onde andam os caracóis, os cachos, os black-powers?

Está tudo dominado, tudo esticado, a chapinha, modinha que nasceu em pleno apagão da energia elétrica, veio para ficar de vez, para sempre, fudeus. Já já escrevem na bandeira nacional: ordem e escova progressiva!

Mas o que está em jogo agora, camaradas, é o fim das dentucinhas. Uma lástima, uma tragédia dos nossos dias. Vocês lembram como eram especiais os beijos das dentucinhas? E os dengos orais das dentucinhas? Céus, o nirvana com direito a uma sinfonia de Iggy Pop com Goran Bregovic!

sábado, 27 de junho de 2009

Tatúrula: Sinfonia do Medo








Tenho, daqui do meu cantinho, acompanhado o esforço do cineasta paulista Rubens Mello para realizar o filme "Tatúrula, Sinfonia do Medo". Leigo que sou, imaginava que fazer um filme independente era ter "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça" A priori, é. Mas fazem-se necessários pelo menos mais dois ingredientes: Coragem e talento. Rubens Mello tem os dois. Sobrando.

Recentemente li uma entrevista de Caetano Veloso, cantor que certos segmentos da imprensa insistem em taxar de decadente, declarar que, de um modo geral, nos EEUU, ciosos de sua própria cultura, não vaiam seus artistas porquê valorizam o que é deles.

Verdade. Já me perguntei por quê Gwyneth Paltrow tascou o Oscar de Fernanda Montenegro, uma atriz brasileira com décadas de experiência à sua frente e porquê Tim Burton e os estúdios Universal derramaram milhões de dólares para produzir um filme magistral sobre Edward D. Wood Jr., um diretor obscuro dos anos cinquenta que, ao contrário do brasileiro Rubens, era desprovido de qualquer talento aparente? Caetano sabia, eu estou aprendendo e o Ministerio da Cultura devia ser avisado.

Observar "Tatúrula" em seu estágio embrionário está me proporcionando, à maneira do filme "A Noite Americana", de Francois Truffaut, um espetáculo dentro do outro, O primeiro bem poderia ser um documentário chamado "Como é difícil fazer um filme" ou, numa chamada mais Ceará-moleque: "Nóis sofre, mas nóis goza". Isso porquê percebe-se uma quase palpável alegria, no envolvimento de cada elemento do "cast and crew". Desamparada pelo mecenato estatal, a equipe dá uma preciosa lição de vida e de trabalho. que me tira muito da tristeza e desalento que me dá ao contemplar o árido panorama da cultura nacional, no que se refere à captação de recursos. O segundo espetáculo será o filme em si, uma história que, a meu ver, parece ser feita sob medida para romper com o que o experimentado Rubens chama de "preconceito absurdo em relação ao cinema de terror nacional".

Dividido em sete episódios independentes, "Tatúrula" é um exercício de psicologia bem fundamentado na teoria de Freud sobre a gratificação dos instintos, aqui desequilibrada pela falta de interferência moral do superego. O objetivo do trabalho, afirma Rubens, é a "apresentação desses desejos, angústias, medos e alucinações que alimentam os monstros- "Tatúrulas"- que habitam nosso interior.

Rubens Mello, diretor e roteirista, foge da mentalidade protestante que permeia a grande maioria das produções americanas do gênero, alcançando um patamar de originalidade e denúncia social similar a que tinha a revista "Tales from the Crypt", antes da perseguição movida pelo mondrongo Frederick Werthan, autor do livro "A Sedução do Inocente" e excrescências fascistóides tipo "Comics Code Authority".

A comparação de "Tatúrula" com os quadrinhos, não é descabida, pois cinema e HQ, do ponto de vista linguístico, andam de mãozinhas dadas e este filme mesmo, além de já ter a própria adaptação quadrinizada, inclui um episódio em desenho animado 2D: "Anunciação", contando com o auxílio luxuoso da voz de ninguém menos que José Mojica Marins, pai do personagem Zé do Caixão e colaborador de Rubens desde longa data.

Tudo leva a crer que "Tatúrula, Sinfonia do Medo", será uma obra de grandes qualidades, merecedora de repetir o triunfo de José Mojica Marins em eventos como o Festival de Cinema Fantástico de Avoriaz, entre outros, não restando dúvida de que o maior premiado pelos esforços do diretor e equipe será, como sempre, o público.

domingo, 21 de junho de 2009

Cidadão Instigado: Ode ao Mendigo Barbado




A primeira vez que ouvi "O tempo", canção composta, arranjada e interpretada pelo guitarrista Fernando Catatau e sua excelente banda Cidadão Instigado, pensei: Ah, legal! E foi só.

"Mas o tempo é/um amigo precioso" e com uma audição atrás da outra fui percebendo a beleza daquela letra, daquele arranjo e até da pequena, mas bem utilizada voz de Fernando, e não se consegue imaginar outra voz senão a dele cantando aquilo. Após algum tempo não consegui parar de ouvir a canção, descobrindo aos poucos cordas, vocais, teclados tudo num trabalho gostoso de ouvir, mas que, dada a sua complexidade, deve ter dado um trabalhão pra fazer.

Confesso que sempre tive uma inveja roxa da cena de Recife, que desde os anos 70 - pra dizer o mínimo- dando o que falar, haja visto e ouvido Alceu Valença Zé Ramalho, Lula Cortes, Lenine, a antológica banda Ave Sangria e outros mais.

O conterrãneoo Catatau foi mais esperto: Em vez de invejar, trabalhou. E o resultado é que o "mendigo barbado", imagem que segundo Catatau, na canção "Silêncio na Multidão" os desavisados fazem dele próprio, faz um trabalho riquíssimo, que torna-se de imediato um amigo precioso dos ouvidos mais seletivos que tiverem a sorte de ouvi-lo.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Aranhões Voadores ou: Não sou o Capitão Caverna, mas dou minhas cacetadas




Tive recentemente a sorte de ouvir de um preclaro parente a seguinte assertiva: "De que adianta ter um blog se ninguem comenta? Deve ser melancólico abrir o blog e não ver comentário nenhum".

Concordo com a franqueza típica do parente. Seria deslavada hipocrisia escrever na Internet e afirmar que deseja o anonimato.

Todavia, homem de pouca juventude muita barriga, não estou aqui para deitar retórica a fim de impressionar universitárias, coligir seguidores sequiosos de tiradas espirituosas ou consolar onanistas com alguma obscenidade virtual. Desaquendado de encantos físicos e intelectuais que sou, fracassaria retumbantemente nos dois primeiros quesitos. E quanto ao terceiro, sugiro aos interessados que estendam suas buscas à pqp.

Pela feição que toma este blog, é forçoso reconhecer que está mais para os "sinistros aranhões" cuja psicologia Aluísio de Azevedo traçou com extrema propriedade no trecho de Casa de Pensão" que tomei a liberdade transcrever no post anterior.

No século XXI, tais aracnídeos metamorfosearam-se. Revestiram-se de nova aura de esperança e, graças a meios como a web, saíram do ostracismo para ser, parafreseando Azevedo, mais uma pérola no diadema virtual . Podem ser cultores/realizadores de filmes low-budget, guitarreiros, presidentes de fãs-clubes de algum antigo seriado de TV, gente que viveu os tempos mais escuros do século passado de uma distãncia segura e confortável, mas que, por uma questão de sensibilidade e dignidade sofreu também têm muita história pra contar (e ouvir) daqueles tempos insequecíveis no pior e no melhor sentido. Ou pode ser o simples ser humano, sem talento maior que não o desejo de saber mais, de se comunicar mais e que não se conforma em aceitar como verdade universal apenas o que a mídia despeja em seus olhos e ouvidos. Mesmo que nunca passem por aqui. mesmo que não deixem quais quer marcas de sua passagem. Minhas idéias de Jericho vão ficar aqui e espero que aproveitem alguma , por mais improvável que isso possa parecer.

A todos estes anti-heróis que, apesar de tudo e de alguns, não desistiram de botar pra foderreter,

Um abraço fraterno!

Um trecho do livro "Casa de Pensão", de Aluísio Azevedo

Mas o certo é que as obras se fizeram, e a célebre casa de pensão de Mme. Brizard, outrora tão animada e concorrida, transformou-se num desses melancólicos sobradões de alugar quartos, que se observam a cada canto do Rio de Janeiro e onde, promiscuamente, se aninha toda a sorte de indivíduo, mas de indivíduos que já foram alguma coisa ou de indivíduos que ainda são nada.

Aí, as mais belas e atrevidas ilusões vivem paredes-meias com o mais denso e absoluto ceticismo. Velhos boêmios, curtidos no veneno de todos os vícios e no segredo de todas as misérias, encontram-se diariamente, ombro a ombro, com os visionários estudantes de preparatórios.

É nessas praias desamparadas à ventania da sorte que a sociedade costuma arrevessar o destroço dos que naufragam nas suas águas, mas é daí também que ela pesca às vezes novas pérolas para o seu diadema. Há de tudo — homens de todas as nacionalidades, sujeitos de vida misteriosa, solteiros libertinos e neutralizados pelo venéreo, artistas completamente desconhecidos que se imaginam vítimas do meio, e supostos talentos que vivem para amaldiçoar a fortuna dos que conseguiram vencer a onda.

Quase todos eles têm na sua vida um fato, uma época, uma coisa extraordinária, para contar: um, apresenta a honra de lhe haver morrido nos braços tal homem célebre; outro, diz que foi amante da senhora condessa de tal; outro, afiança e jura ser o verdadeiro, se bem que obscuro, promotor de tal acontecimento histórico; outro revela um romance de amor que lhe cortou a carreira, mas que o imortalizará em vendo a luz da publicidade; outro, confia numa invenção, "é o seu segredo", um projeto mecânico, ou industrial ou econômico-político; outro, não aceita emprego nenhum do atual governo, e espera a ocasião de "pegar numa espingarda e fuzilar as velhas instituições de seu miserando país"; outros, enfim (e são os menos raros), têm apenas para exibir em honra própria a circunstância de algum parentesco ilustre.

Ah! Não se encontram aí notabilidades de nenhuma espécie, mas sim os parentes. Este, é o sobrinho de tal poeta ilustre; aquele é irmão do ministro tal, que deu o nome a tal rua; este outro, cunhado ou primo em terceiro grau do glorioso artista Fulano dos anzóis.

E os tipos, quando lhe tocam nisso, enchem-se de orgulho, como se participassem das glórias do festejado parente; pelo menos, ninguém os apresenta a qualquer pessoa, sem acrescentar logo, com assombro: "Irmão de Sicrano!... cunhado de Beltrano!"...

Então o apresentado costuma abaixar os olhos, sorrindo modestamente, como se dissesse: "Ó senhor! Por quem é... não me confunda!"

É também desses viveiros sombrios e malcheirosos que surgem certas figuras que, às vezes, nos espantam na rua — a tossicar dentro de um sobretudo enorme, um xale-manta em volta do pescoço, um bengalão entre os dedos e na fisionomia um ar melancólico e ao mesmo tempo irritado.

É daí, desses quartos silenciosos, úmidos e tristonhos, como sepulturas vazias, que surgem com o seu passo inalterável e pausado os sinistros aranhões, que vemos passar estranhamente pelos jardins públicos, ao sol das boas manhãs de inverno.

Coitados! São em geral homens sem meios de vida, protegidos por algum figurão qualquer, de quem, ou foram colegas na academia, ou ainda continuam a ser parentes com a mais cruel pertinácia. Quando falam desse protetor feliz e rico não se animam a dizer mal, mas a sua fisionomia acode um invencível sorriso cheio de velha bílis acumulada e sôfrega por transbordar. Uns vão regularmente comer a certas casas comerciais, outros se arranjam pelas impossíveis casa de pasto da Cidade Nova, os "freges", onde as refeições não passam de duzentos réis. Alguns têm almoço seguro à mesa de um velho amigo de melhores tempos, o jantar em casa de outro; às sextas-feiras são infalíveis nas comezainas gratuitas dos frades de São Bento. Uns, passam a noite na jogatina, percorrendo espeluncas, tomando café nos quiosques às quatro e meia da manhã e então, durante o dia seguinte, dormem a fartar; outros, recebem donativos de alguma irmandade religiosa, à qual se filiaram em épocas de prosperidade.

São sempre vistos, em horas determinadas, no jardim do Rocio, no Passeio Público, assentados no banco de pedra, lendo jornais à sombra das amendoeiras, às vezes têm ao lado a botina que descalçaram por amor dos calos; são vistos igualmente nos edifícios públicos em construção, acompanhando as obras com interesse, como se estivessem encarregados disso, fazendo perguntas, ralhando com os operários, numa necessidade irresistível de aplicar, seja como for, a sua atividade desocupada e vadia. Não há motim, não há incidente de rua, por mais ligeiro, em que eles não intervenham, tomando logo a parte principal na coisa, repreendendo o agressor, conciliando o agredido, fazendo enfim acreditar que ali está uma autoridade civil em pleno exercício de suas funções.

São violentos quando lhes falam de política e só se referem aos homens de poder com palavrões brutais e desabridos; a alguns nomeiam sempre com alcunhas determinadas e todos os outros, que ainda não receberam o batismo de sua cólera invejosa, são indistintamente "os ladrões, os patoteiros, os vis, os traidores, os capachos do rei!" Através dos cerrados negrumes naquela miséria e daquele ressentimento, nada enxergam de bom e de legítimo.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ah, se eu te encontro, Ilona Massey



Atriz de filmes clássicos como "Frankenstein Meets the Wolf Man" (1943) e "Love Happy" (1949), este último com os Irmãos Marx, a bela húngara Ilona Massey (1910-1974)), segundo um conhecido historiador local, morou algum tempo aqui Fortaleza, mais precisamente na Praia de Iracema. Presumo que isso tenha sido na época em que os oficiais americanos basearam-se na cidade durante da II Guerra, pois Ilona era casada com um oficial americano, Donald S. Dawson, que foi peça importante na eleição do presidente Harry Truman, aquele mesmo que mandou espancar Zé Bodinho.

Como sonhar não é proibido, até hoje eu imagino como seria legal vê-la passar por mim e, com uma uma cavalheiresca vênia, pedir-lhe um autógrafo e perguntar-lhe bobagens tipo como foi trabalhar com o compatriota Béla Lugosi.

Infelizmente, nasci noutra a época. E o que há para ver na Praia de Iracema hoje em dia...

P. S. " Truman manda espancar Zé Bodinho" foi uma manchete obviamente tendenciosa que um jornal de esquerda publicou em Fortaleza quando o dito jornaleiro sofreu torturas numa cadeia local devido às suas conviccções políticas. Ou teria a bela Ilona algo a ver com o caso? Mistérios...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Giannini Super Sonic: Um amor juvenil.




Reencontrei uma Giannini Super Sonic, minha primeira guitarra. Só depois de décadas de experiência descobri que este instrumento era tão bom ou melhor que muitos importados. E olhe que em 1979 estava começando a invasão de ótimos instrumentos com que o Japão inundou o planeta.

Taí a Gianolla. Comprei do Igor Miná, guitarrista da saudosa banda fortalezense Telerama. Valeu, Igor!

sábado, 16 de maio de 2009

Banda Blues Label: Ride, Sally, ride!




As coisas estão focando sérias no Maracatú dragão do Mar e eu estou começando a me envolver mais e mais no projeto. Reunião frutífera hoje á noite e depois, pra relaxar, show de blues no bairro Dionísio Torres com a banda do jovem músico e divulgador do gênero Artur Maia. Músicos honestos tocando com o coração.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Geraldo Luz: Crônica de uma sociedade feladaputa




Meu saudoso amigo Quico Fernandes sempre trabalhou na área publicitária e, frequentemente, me chamava até o seu escritório para passar uma tarde bater um papo e até para uma eventual colaboração. numa dessas tardes deparei com uma foto um tanto ou quanto horrorosa.

-Quico, o que vem a ser isso?

Ao que o amigo Quico, entre o riso e a seriedade, respondeu: É um cara aí que gravou um disco e o pessoal aqui tá fazendo a capa.

A poeira do tempo tratou de encobrir a memória de Geraldo Luz. até que,cortesia de Ricardo Kelmer, baixei o disco "Decadence Express". Mais que um sub-Raul Seixas, o cantor de cara patibular e voz angelical tinha algo a dizer. A sua total inabilidade musical valeu-se da maestria de Aroldo Araújo, que conseguiu a façanha de arranjar as canções de forma convincente, resultando num trabalho incômodo - no melhor sentido- que ainda ia render muitos frutos se Geraldo Luz não tivesse sido assassinado em circunstâncias até hoje misteriosas.

Valeu a divulgação, Kelmer!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A Serviço de Sua Majestade




Nunca toquei num bloco, escola de samba ou qualquer outro grêmio recreativo deste jaez. E tal não foi minha surpresa ao chegar na galeria Paleta, e Mestre Marcão me chamou para auxiliar no parto que produziria os primeiros berros do Maracatú Dragão do Mar. Empunhando, com a precariedade desajeitada dos principiantes, um pesado triângulo de ferro, misturei-me áquela magnifica massa sonora. Uma experiência contagiante e inesquecível.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

sábado, 2 de maio de 2009

Ah, o jazz...!




Um cantinho gostoso e sossegado pra ir no começo da tarde de sábado é o Passeio Público no centro de Fortaleza. Uma banda tocando um jazz decente, caras conhecidas me cumprimentando e uma necessária cervejinha pra espantar o abafadiço do meio dia nublado.

Na saída, algo insólito: Uma linda noiva sendo fotografada á exaustão na entrada do Passeio sob o olhar triste e pensativo das hetairas no bar em frente. Ao som do sax de Elismário ninando a manhã e acordando a tarde, pulei num ônibus fui tocando a vida.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Reta final



Amanhã gravarei minha última participação no CD da Tao & Coisa. Malgrado meu analfabetismo guitarrístico, o pessoal gostou e insistiu para que eu tocasse em mais uma faixa- pretendia tocar só nas de minha autoria- Isso me deixou particularmente orgulhoso

No CD, além de minha velha guitarra Giannini, usei o fuzz Big Muff e um phaser Small Stone ambos da Electro Harmonix;, tremolo Tuna Melt da Danelectro; multiefeito Boss BE-5; DOD Envelope Filter e um antigo flanger Ibanez FL-301, além de chorus e delays virtuais. Gostaria de ter usado um pequeno amp valvulado de 5 0u 10w mas, no geral, penso que tudo funcionou bem em termos de timbre.

As faixas ''Broto'', ''Carne de Lata'', ''Samara'' e ''Pretensão'' são de minha autoria, sendo o restante de Álcio, à exceção da bucólica ''Sertão", de autoria de Davino.

Foi um grande aprendizado trabalhar com o pessoal sério e competente do Planeta Estúdio. A eles, aos colegas da banda e a quem participou direta ou indiretamente do projeto, meus sinceros agradecimentos pela compreensão e camaradagem.

Um fraternal abraço!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Uma noite no Bordel

Faza já um tempinho que eu não subia no palco. Com o auxílio luxuoso de Luciano Albuquerque participei do evento intitulado Bordel Poesia. Lá estavam também a banda Renegados e um jovem Urik Paiva que encantou a todos com o seu texto.

É um evento que vai dar o muito que falar.

...Não vejo a hora de voltar no mês que vem.

A Inacreditável Guitarola















Os cientistas malucos da Marma, antiga marca alemã de instrumentos musiais, inventaram a Guitarola, um estranho dispositivo mecánico que, uma vez ligado ao braço do violáo, guitarra, banjo ou bandolim, reproduzia, com o toque de uma tecla por vez, diversos acordes, poupando o músico de gastar as pontas dos dedos em posições complexas. claro que o número de acordes era limitado, assim como devem ter sido as vendas desta curiosa geringonça. Uma legítima idéia de Jericho.

domingo, 19 de abril de 2009

Lewis Carroll (1832-1898)
from Through the Looking Glass

Jabberwocky

'Twas brillig, and the slithy toves
Did gyre and gimble in the wabe:
All mimsy were the borogoves,
And the mome raths outgrabe.

"Beware the Jabberwock, my son!
The jaws that bite, the claws that catch!
Beware the Jubjub bird, and shun
The frumious Bandersnatch!"

He took his vorpal sword in hand:
Long time the manxome foe he sought--
So rested he by the Tumtum tree,
And stood awhile in thought.

And, as in uffish thought he stood,
The Jabberwock, with eyes of flame,
Came wiffling through the tulgey wood,
And burbled as it came!

One, two! One, two! And through and through
The vorpal blade went snicker-snack!
He left it dead, and with its head
He went galumphing back.

"And hast thou slain the Jabberwock?
Come to my arms, my beamish boy!
O frabjous day! Callooh! Callay!"
He chortled in his joy.

'Twas brillig, and the slithy toves
Did gyre and gimble in the wabe:
All mimsy were the borogoves,
And the mome raths outgrabe.

sábado, 18 de abril de 2009

Fortaleza beggar


Eu sei perfeitamente qe as coisas estão difícies para todo mundo. Mas será que dava pra eu tomar minha cervejinha sossegado no Centro Cutural Dragão do Mar sem ser incomodado por uma hoste de mendigos? Não acho que seja pedir demais.

Aliás, devia ser instaurado no Dragão o Dia do Mendigo, onde seria servido um lauto banquete a esta turma boa e amiga e eu ficaria enchendo-lhes os ouvidos do mais puro lero lero.

Deus lhes dê muita saúde e felicidade.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Eu Quero é Botar meu Bloco na Rua




O excelente disco de Sérgio Sampaio produzido por Raul Seixas é minha dica de boa música e para uma completa higiene da alma.

Ouvi muito esta obra-prima na década de 80, achei interessantíssimo curioso o uso criativo proém sem firulas e sem firulas do sintezador Moog as letras boas com metáforas bem construídas e a boa voz de Sérgio, que era natural de Cahoeiro do Itapemirim e tinha o conterráneo Roberto Carlos como ídolo.

Cá pra nós, a julgar por este trabalho, o súdito nada ficava a dever á coroa.

terça-feira, 14 de abril de 2009

André Popp

Qualquer garotão dosanos 60 que se se encharcou de Lancaster, meteu-se num fusca e foi dar uma chumbregada ao som de ''L'amour est Bleu'' deve agradecer a André Popp o favorecimento musical para o início, meio ou fim dos trabalhos.

Nscido na França em 1924, Popp começou substituindo o pai no órgão da igreja enquanto o velho combatia na II Guerra Mundial. Daí em diante foi uma carreira vitoriosa. Descobri hoje no Youtube ''Java'', uma curiosa valsa do disco de 1957 em que Popp brincava com as técnicas de gravação em voga na época.

Desfrutai

http://www.youtube.com/watch?v=s6YPp0uLSnY&eurl=http%3A%2F%2Fwww.orkut.com.br%2FFavoriteVideos.aspx%3Frl%3Dls%26uid%3D13854504030347541755&feature=player_embedded

domingo, 12 de abril de 2009

Feira da Música 2009





Évem aí mais uma Feira da Música em Fortaleza. Fico imaginando como serão os preços, que já eram extorsivos nas primeiras edições, agora com a alta do dólar.

No quesito luthieria, até que achei coisas interessantes, como as peças do luthier local Erasmo Lousada mas um pedal, um único pedal não encontrei pra remédio. E olhe que existem uma dúzia de marcas boas de pedais sendo produzidos no Brasil como MG, T. Miranda, Andy Effects, Furhmann, Guitartech, Beggiato e por aí vai.

Esperemos que pelo menos algumas destas marcas pavimentem o chão desta edição da Feira.

sábado, 11 de abril de 2009

Planeta dos Vampiros

''Menos é mais''. Nunca o provérbio foi tão bem praticado como nas filmagens deste sci-fi italiano de de 1965 dirigido pelo genial Mário Bava, que conseguiu criar todo um planeta perdido com com apenas duas grandes rochas cenográficas, espelhos, muito gelo seco e as cores berrantes da iluminação que é sua marca registrada.

No elenco, Barry Sullivan, Angel Aranda e a brasileira Norma Bengell. Consta que os atores fizeram os diálogos cada um na sua língua, sem entender patavina do que o outro dizia.

O enredo, baseado no conto de Renato Pestriniero "Uma Noite de 21 Horas", pode ser comparado ao de ''Alien'' ou "Planeta dos Macacos'' . No filme de Bava, uma nave interplanetária em missão resgate cai num planeta desconhecido e encontra os corpos massacrados de uma outra tripulação que pedia socorro no planeta Aura. As coisas começam a se complicar quando os corpos encontrados desaparecem inexplicavelmente.



sexta-feira, 10 de abril de 2009

Desiderata

“Sou Guarda Urbano, pelas ruas vago
de espada na cinta, por não ter emprego.
E os transeúntes, quando eu vou passando
Dizem rosnando: sai daqui, morcego.”

quarta-feira, 8 de abril de 2009


O Café Java, em Fortaleza. Nada dói mais do que ver a velha arquitetura da cidade sendo destruída aos poucos. Não sou contra o novo. mas sou um nostálgico assumido e locais como este contam muito sobre a história da cidade e de seus habitantes.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Tem um rato morto no creme de frango.

domingo, 29 de março de 2009

E parece que o Motorhead vem mesmo fazer o show cá na terrinha. O monstrão Lemmy Kilmister, ex-roadie de Jimi Hendrix Experience e hoje líder do próprio grupo, cujo nome Motorhead é uma gíria que significa ''sob o efeito de anfetaminas'' vão se apresentar no Arena conhecido santuário local para heavy metal.

...Eu vou.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Virose. Pisei no prego e esvaziei. Começamdo a gostar do blog. É um espaço a mais pra meter a boca. Amanhã, novidades.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Curso de roteiro na Vila das Artes com a professora Juliana Reis. Saio da sala zonzo c É um mundo novo que se abre pare este cinemeiro, que, se não sair de lá coim um roteiro nas mãos, pelo menos vai mudar para sempre minha maneira leiga de ver cinema.

Preparando mais um, digamos, arranjo de guitarra para o CD da banda Tao e Coisa. Infelizmente, minha idéia de combinar os pedais de tremolo e phaser funcionou maravilhosamente do ponto de vista timbrístico, mas falhou ruidosamente no tocante ao ritmo. pois o speed do tremolo não acompanha o andamento da música com exatidão, o que eu esperava que acontecesse. Todavia, mudando-se a para um dedilhado resultado vai formar, modéstia ás favas, um lindo contraste com a guitarra heavy do João, um dos convidados especiais do CD.

E o meu tema para 2009 é ''Et Maintenant'', primorosa cacetada em forma de canção que Gilbert Bécaud deixou para o mundo, É impressionante ver no YouTube ''Monsieur 100.00 volts", com sua cara de boxeur de circo interpretar esta ''chanson'' tensa e desesperada, com uma levada inconfudivelmente raveliana, trágica como um tango argentino:

Et maintenant
Que vais je faire
De tout ce temps
Que sera ma vie
De tous ces gens
Qui m'indiffèrent
Maintenant
Que tu es partie
Toutes ces nuits
Pourquoi pour qui
Et ce matin
Qui revient pour rien
Mon coeur qui bat
Pour qui pour quoi
Qui bat trop fort
Trop fort
Et maintenant
Que vais je faire
Vers quel néant
Glissera ma vie
Tu m'as laissé
La terre entière
Oui mais la terre
Sans toi c'est petit
Vous mes amis
Soyez gentils
Vous savez bien
Que l'on y peut rien
Même Paris
Crève d'ennui
Toutes ces rues
Me tuent
Et maintenant
Que vais je faire
Je vais en rire
Pour ne plus pleurer
Je vais bruler
Des nuits entières
Puis au matin
Je te hairai
Et puis un soir
Dans mon miroir
Je verrai bien
La fin du chemin
Pas une fleur
Et pas de pleurs
Au moment de
L'adieu
Je n'ai vraiment
Plus rien à faire
Je n'ai vraiment
Plus rien

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Atendendo a pedidos, resolvi criar um blog. Entre de livre e espontánea vontade e deixe aqui um pouco de sua felicidade.

A pergunta que sempre atormenta após as festas de fim de ano é...

NO CARNAVAL ,VAIS SAIR DE Q?